Índice:
- Programas de intervenção de habilidades de déficit - tratamento para PDD
- O tema
- Reúna as informações para a história
- Considere as diretrizes aplicadas à escrita para pessoas SA
- A proporção de sentenças
- Incorpore as preferências e interesses dos alunos em uma história social
- Apresentação, revisão e acompanhamento de uma história social
- A implementação de programas de tratamento para PDD
- Programas de intervenção e tratamento de aprimoramento de habilidades
- Conclusões sobre transtornos invasivos do desenvolvimento
Por Nicolás Ruiz-Robledillo. 16 de março de 2018
Os TIDs são um assunto muito complicado que requer ajuda de profissionais, por isso, como identificamos os possíveis sintomas desses transtornos, é aconselhável ir a médicos e psicólogos para saber se é algum desses problemas ou não. A seguir, neste artigo do PsychologyOnline, explicamos o tratamento de transtornos invasivos do desenvolvimento, como o Transtorno Autista, o Transtorno de Rett, o Transtorno Desintegrativo Infantil, o Transtorno de Asperger e o Transtorno Invasivo do Desenvolvimento, não especificado.
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- O tema
- Reúna as informações para a história
- Considere as diretrizes aplicadas à escrita para pessoas SA
- A proporção de sentenças
- Incorpore as preferências e interesses dos alunos em uma história social
- Apresentação, revisão e acompanhamento de uma história social
- A implementação de programas de tratamento para PDD
- Programas de intervenção e tratamento de aprimoramento de habilidades
- Conclusões sobre transtornos invasivos do desenvolvimento
Programas de intervenção de habilidades de déficit - tratamento para PDD
Os programas de intervenção onde a maior ênfase foi colocada e cujas pesquisas foram mais frutíferas foram principalmente o desenvolvimento de programas de treinamento em habilidades sociais (Macintosh et al. 2006; Tse et al. 2007; Rao et al. 2007; Owens et al. al. 2008; Llaneza et al. 2010).
De acordo com Llaneza et al. (2010), o objetivo básico de qualquer programa de treinamento de habilidades sociais é ajudar a criança que sofre de algum tipo de transtorno dentro do espectro do autismo a desenvolver, melhorar ou adquirir uma maior consciência e compreensão da perspectiva dos outros. Desta forma, ele demonstrará maior competência em habilidades sociais como conversação, relacionamento com colegas, jogo cooperativo, mediação de conflitos, habilidades de autorregulação e resolução de problemas. As sessões geralmente são altamente estruturadas e começam com uma avaliação das habilidades dos indivíduos e terminam com breves relatórios de seu progresso.
Métodos como role-playing ou simulação são amplamente utilizados nesse tipo de programa, com o objetivo de generalizar as situações levantadas durante o programa com aquelas que costumam ocorrer no dia a dia. Aprender a brincar, compartilhar, negociar e transigir são habilidades cruciais que devem ser ensinadas por meio da combinação de ensino explícito e experiências da vida cotidiana.
Um dos métodos amplamente usados para ensinar habilidades sociais em crianças em idade escolar com AS tem sido o de histórias sociais. Esta técnica, desenvolvida por Gray (1998), baseia-se fundamentalmente no ensino de habilidades sociais por meio de histórias que descrevem objetivamente pessoas, lugares, eventos e conceitos ou situações sociais, seguindo um conteúdo e formato específicos. Essas histórias devem incluir os elementos mais importantes da situação social: quem, o quê, quando, onde e por quê (Sibón, 2010).
De acordo com Gray (1998), desenvolver, escrever e implementar histórias sociais eficazes requer seis elementos básicos que veremos a seguir.
O tema
O tema das histórias sociais deve estar relacionado àqueles medos e preocupações da criança, ou seja, devem oferecer uma solução para os eventos que apresentam dificuldade ou preocupam a criança. Também devem ser usados para descrever situações futuras ou introduzir novas habilidades no repertório deste, com o objetivo de prevenir respostas negativas no futuro e, assim, preservar a autoestima da criança.
Reúna as informações para a história
A compreensão da situação a ser descrita deve passar por um estudo detalhado pelo instrutor por meio de observação e entrevistas com pessoas relevantes. A observação das principais pistas da situação determinará o enredo da história final. Estes desempenham um papel essencial, pois definem a situação e constituem o guia no qual a criança vai basear a compreensão da história. As chaves são interpretadas como sinais previsíveis que atuarão como guias no caos da vida diária. Um exemplo de chave seria o sino do recreio, que reflete que o recesso acabou e as crianças devem retornar à aula.
Considere as diretrizes aplicadas à escrita para pessoas SA
A história social deve ser desenvolvida com base nas características individuais dos alunos que estão sendo ensinados (por exemplo, idade, capacidade de leitura, compreensão, nível de atenção, etc.). A história social deve transmitir informações relevantes, ignorando detalhes sem importância e destacando os guias que são fundamentais para compreendê-los. As histórias devem ser escritas na primeira ou terceira pessoa. A tipologia fraseológica que deve incluir as histórias sociais desenvolvidas é a seguinte:
- Descritivo: descreva objetivamente onde ocorre a ação, quem a está realizando, o que está fazendo e por quê. Esses tipos de frases descrevem as características do ambiente, quais personagens estão envolvidos no enredo, qual o papel que desempenham nele e a explicação de seu comportamento ao longo da história.
- Da perspectiva: essas frases descrevem os estados internos das pessoas. Esses estados podem ser: estados físicos, desejos, pensamentos, crenças, motivações, etc.
- Diretrizes: esses tipos de frases definem claramente o comportamento esperado, realizado por um determinado personagem, diante de uma chave ou situação. Esses tipos de frases norteiam o comportamento e influenciam diretamente no comportamento da criança com SA, uma vez que seu aprendizado é literal, o que intensifica a influência desse tipo de frases diretivas no comportamento da criança.
- Controle: esse tipo de frase é escrita por crianças com o objetivo de identificar estratégias válidas, relembrar informações contidas em uma história social, dar segurança ou dar-lhes a oportunidade de testar suas próprias respostas. Esses tipos de afirmações permitem que a criança identifique as estratégias pessoais significativas para lidar com situações difíceis.
A proporção de sentenças
A Taxa de Sentença de História Social define a relação entre o número de sentenças descritivas, em perspectiva, diretivas e de controle em toda a história: as histórias sociais devem descrever mais do que diretas. O número é geralmente entre 0 e 1 para sentenças diretivas ou de controle e entre 2 e 5 para sentenças descritivas ou em perspectiva.
Incorpore as preferências e interesses dos alunos em uma história social
Os interesses e preferências da criança devem influenciar diretamente o conteúdo, estilos de escrita, formato ou implementação de uma história social. Nesse sentido, a aproximação e motivação do aluno em relação à aprendizagem será muito maior, melhorando assim o processamento das informações.
Apresentação, revisão e acompanhamento de uma história social
É necessário preparar um rascunho antes da apresentação da história social à criança. Este rascunho deve ser revisado pelos pais e pessoas diretamente envolvidas na aprendizagem da criança, a fim de avaliá-lo e fazer as devidas correções. Uma vez estabelecidas as correções, é programado o plano de implementação, que inclui os cronogramas de apresentação e métodos instrucionais que acompanham a história.
Na revisão realizada por Rao et al. (2007), é coletado um estudo realizado por meio do desenvolvimento e implementação de histórias sociais. Essas histórias sociais foram baseadas em informações fornecidas por pais e professores, além de informações coletadas por meio de informações diretas das crianças. Seu conteúdo foi baseado nas habilidades sociais que devem se manifestar durante a prática de um esporte coletivo, na capacidade de manter e iniciar uma conversa e participar de atividades em grupo. As histórias sociais eram escritas em formato de livro e os pais tinham que se preocupar em lê-las para os filhos duas vezes ao dia, antes e depois da escola. Os resultados obtidos foram significativos, observando uma melhora no uso de habilidades sociais nos participantes.
Outro método proposto por Sibón (2010) para o ensino de habilidades sociais, está intimamente relacionado às histórias sociais e é o que se denomina "Scripts Sociais". Os scripts sociais são baseados em descrições explícitas da sequência de etapas a serem realizadas em cada uma das interações sociais específicas. Eles podem ter diferentes graus de complexidade. Os scripts sociais podem conter imagens, texto ou, na maioria dos casos, ambos.
Em uma investigação realizada por Barry et al. (2003), citado na revisão de Rao et al. (2008), scripts sociais foram usados como um método de intervenção para melhorar habilidades sociais específicas. Essas habilidades específicas consistiam em gerenciar conversas, saudações e brincadeiras. O programa foi estabelecido por meio de uma programação de sessões semanais de 2 horas durante 8 semanas. Deve-se notar que um grupo de pares tipicamente desenvolvidos, que foram treinados para participar do programa, foi incluído no desenvolvimento das sessões. Cada criança afetada por TEA foi emparelhada com uma criança treinada durante o desenvolvimento das sessões. Os resultados mostraram uma melhora no manejo da saudação e das habilidades que tinham a ver com o jogo,mas nenhum resultado significativo foi encontrado nas habilidades relacionadas à conversação.
De acordo com o estudo realizado por Owens et al. (2008), existem outras abordagens no treinamento de habilidades sociais em crianças que sofrem de AS. A intervenção comportamental mediada por pares mostrou resultados significativos, como acabamos de ver. Nesta abordagem, uma criança com desenvolvimento típico (o parceiro da criança, designado como tutor) é responsável por ensinar, promover e reforçar o comportamento social da criança com ASD. Apesar dos bons resultados demonstrados, esses tipos de intervenções são caros e demorados.
Os grupos de treinamento de habilidades sociais incluídos nos currículos que são implementados em escolas e institutos dão a oportunidade aos adolescentes que sofrem de SA de observar modelos de comportamento em seus pares normalmente desenvolvidos. Esses programas de intervenção têm demonstrado alta eficácia, principalmente no início e desenvolvimento de interações sociais, reconhecimento de emoções e resolução de problemas em grupo, apesar de haver dificuldades de generalização (Barry et al. 2003; Solomon et al. 2004 citado por Owens et al. 2008)
Em estudo realizado por Bauminger em 2002 (citado por Owens et al. 2008) os dois tipos de intervenções foram combinados, ou seja, foi aplicado um programa de intervenção inserido no currículo escolar onde existia a figura do parceiro tutor durante o desenvolvimento do mesmo. As habilidades que funcionaram foram cognição social, compreensão emocional e interação social. A intervenção foi realizada durante 7 meses com sessões de 3 horas semanais. Os resultados mostraram uma melhora significativa nos indivíduos submetidos ao programa de intervenção nas habilidades relacionadas ao contato visual, à expressão verbal em relação ao interesse pelo parceiro, à cooperação e à capacidade de afirmação.
A implementação de programas de tratamento para PDD
Outra concepção dos autores em relação à implementação de programas de treinamento de habilidades sociais em crianças com AS reside na abordagem mais próxima possível dos interesses e do ambiente natural da criança (Owens et al. 2008). Segundo os autores, a utilização dos materiais e atividades realizadas pelo indivíduo permite uma maior generalização das capacidades aprendidas, para além do aumento que acarreta em relação à motivação para a aprendizagem e ao envolvimento na mudança comportamental.
Num estudo realizado por estes autores, compararam os resultados obtidos em dois tipos de intervenções para o ensino de competências sociais: uma delas, baseada numa abordagem mais focada nos interesses da criança onde o jogo "LEGO" foi utilizado como experiência mediadora através da qual inserir aprendizagens, e outra baseada numa abordagem mais tradicional, denominada SULP (Social Use of Language Program), que é aplicada nas escolas com o objetivo de formar competências linguísticas e de comunicação a essas crianças com dificuldades de aprendizagem (para uma revisão abrangente de ambos os métodos de aprendizagem, ver LeGoff, 2004; Rinaldi, 2004, citado por Owens et al. 2008).
No estudo, os sujeitos foram divididos em três grupos: um grupo submetido à terapia LEGO, outro submetido à terapia SULP e outro grupo controle. O conteúdo de ambos os tipos de intervenção é o seguinte:
-LEGO terapia: o objetivo principal deste tipo de programa é motivar a criança a trabalhar em conjunto através da construção de peças de Lego em pares ou pequenos grupos. Normalmente, durante as tarefas as crianças eram divididas de acordo com o papel que deveriam desempenhar: o engenheiro (ele descreveu as instruções), o fornecedor (ele encontrou as peças corretas) e o construtor (ele colocou as peças). Essa divisão de trabalho permite aos sujeitos implementar estratégias de atenção conjunta, turnos de fala, resolução de problemas, além de promover o comportamento cooperativo, a escuta e as habilidades sociais em geral. Outras modalidades de intervenção residem no jogo livre, sem orientações definidas pelo pesquisador, onde os participantes têm a oportunidade de praticar o compromisso,a capacidade de expressar suas ideias, além de assumir a perspectiva do outro. Durante o desenvolvimento das atividades, a terapeuta se mantém presente com o grupo de crianças. A sua função não é orientadora nem fornece soluções específicas para os problemas que possam surgir, o seu trabalho baseia-se em evidenciar a existência de um problema e ajudar os indivíduos a encontrarem uma solução para si próprios.
-SULP terapia: este tipo de intervenção baseia-se no ensino direto através de histórias sociais, atividades em grupo e jogos. O objetivo principal da intervenção baseia-se no ensino de competências relacionadas com proxémica, prosódia, escuta, voltas para falar e contacto visual. Normalmente, as sessões geralmente começam com uma história em que um personagem apresenta uma dificuldade social, que ele resolve por meio de habilidades sociais adaptativas ou não. Posteriormente, um modelo adulto mostra as boas habilidades sociais que devem ser postas em prática na situação e também as negativas que não devem aparecer. As crianças devem avaliar a situação e fazer perguntas, bem como identificar erros e propor soluções. Assim que esta parte da sessão terminar,as crianças colocam a habilidade em prática por meio de uma série de jogos programados. Esta abordagem seria distinta das abordagens mais tradicionais no treinamento de habilidades sociais, uma vez que faz uso de histórias e métodos sociais como dramatização ou modelagem, procedimentos que foram realizados em treinamento de habilidades sociais mais tradicionais.
Os resultados obtidos, conforme esperado, são desiguais. Tanto a LEGO Therapy quanto a SULP Therapy melhoraram significativamente as habilidades sociais das crianças, embora em alguns aspectos um tipo de intervenção tenha produzido efeitos maiores em comparação com o outro. No geral, a LEGO Therapy produziu resultados significativamente maiores em comparação com a SULP Therapy (redução das dificuldades sociais específicas do autismo, maior generalização da aprendizagem). No entanto, foram observadas melhorias em diferentes aspectos da comunicação em função do tipo de intervenção a que as crianças foram submetidas, o que leva os autores a pensar que cada tipo de programa tem objetivos diferentes de melhorar.
Em suma, parece que, embora com resultados díspares, os programas de treinamento de habilidades sociais aplicados a crianças afetadas por TEA são eficazes. Apesar da variada metodologia existente em relação aos procedimentos a serem realizados para a melhoria das capacidades sociais desse grupo, os resultados são animadores. Na revisão de Rao et al. (2008), constatou-se que em 70% das intervenções realizadas, os resultados foram significativos. Nesta revisão, como se viu, foram avaliados inúmeros estudos que realizaram diferentes tipos de intervenção, e nenhum resultado negativo foi encontrado na maioria dos casos.
Esse fato é um indicador confiável da capacidade dos diferentes programas de intervenção em reduzir os déficits sociais que essas crianças apresentam. São necessárias pesquisas futuras por meio de intervenções multicomponentes, onde os programas de intervenção reúnam todos os conteúdos e procedimentos que se mostraram eficazes nos diferentes estudos. Dessa forma, o indivíduo pode ser treinado de forma global, por meio de procedimentos clinicamente comprovados, eficazes e confiáveis. Nesse sentido, trabalhos baseados nesta orientação já começam a ser desenvolvidos, como o realizado por Beaumont e Sofronoff (2008).
Esses autores desenvolveram um programa de intervenção multicomponente cujo conteúdo consistia em um jogo de computador, sessões de trabalho em grupo, treinamento para pais e entrega de brochuras aos professores. Como esperado, os resultados foram animadores. As crianças que participaram do estudo melhoraram notavelmente suas habilidades sociais, mantendo essa melhora em longo prazo. Além disso, aumentaram a autorregulação emocional e sua capacidade de reconhecer e identificar emoções nos outros.
Nesse trabalho, destaca-se que abordar o indivíduo através de suas áreas de interesse, no caso, o videogame, é uma boa estratégia para induzir o indivíduo a praticar além de aumentar significativamente sua motivação e, portanto, Seu aprendizado. Por outro lado, a prática de sessões de grupo onde são implementadas técnicas tradicionalmente comprovadas, como dramatização, modelagem ou scripts sociais, fornece um complemento necessário à aprendizagem, permitindo ao indivíduo colocar em prática as habilidades aprendidas e observar modelos adequados De conduta. Estas duas linhas de intervenção reforçadas em conjunto com a formação de pais e informação para professores, permitiram a generalização das competências desenvolvidas ao longo do curso no ambiente infantil,Dessa forma, eles serão estabelecidos no padrão de comportamento habitual dos mesmos e, portanto, serão mantidos no longo prazo.
Programas de intervenção e tratamento de aprimoramento de habilidades
Uma das questões mais importantes que todos os pesquisadores que estudaram as habilidades especiais apresentadas por aqueles indivíduos afetados por um ASD, especialmente os gênios chamados "Savants", é mais importante corrigir os "defeitos" ou treinar o talento ? A resposta foi clara na maioria dos casos, treinar talentos (Treffert, 2009). Segundo o autor, da maneira como se treina nesse tipo de habilidades, essas fragilidades que foram apresentadas ao longo da obra vão desaparecer.
Clark em 2001(citado por Treffert, 2009) desenvolveu um programa de intervenção baseado nas estratégias educacionais que são utilizadas para aprimorar as habilidades apresentadas por indivíduos superdotados. Os conteúdos do currículo escolar que o autor adaptou basearam-se numa combinação das estratégias utilizadas nos conteúdos curriculares de crianças sobredotadas (enriquecimento, aceleração e orientação), juntamente com as estratégias de intervenção das ASD que são explicados anteriormente (recursos visuais e histórias sociais). Segundo a autora, o objetivo de combinar as duas estratégias está na possibilidade de reduzir os comportamentos desadaptativos desse grupo e canalizar as estratégias desenvolvidas, no interesse de um potencial desenvolvimento de suas habilidades. Como o autor cita,Este programa de estudo tem sido muito bem-sucedido em aprimorar e canalizar habilidades excepcionais, mas também em comportamentos relacionados ao autismo. Essas melhorias têm sido relacionadas ao comportamento geral dos indivíduos, sua autoeficácia acadêmica e habilidades sociais.
Donnelly e Altman (1994) notaram um aumento notável nos últimos tempos na inclusão de uma população caracterizada por algum tipo de transtorno do espectro do autismo em programas curriculares adaptados para sujeitos superdotados sem qualquer transtorno. Os elementos que caracterizam este tipo de programa são a disponibilização de um mentor especializado na área de destaque da criança, sessões de aconselhamento individual e treinamento de habilidades sociais em grupo. Esse fato evidencia a crescente visibilidade que o grupo vem tendo no ambiente escolar, incluindo crianças com alguma característica autista neste tipo de programas de capacitação acadêmica.
Por outro lado, algumas escolas especializadas emergentes estão obtendo excelentes resultados nesse aspecto, aplicando estratégias educacionais específicas a partir das necessidades de seus alunos, caracterizadas por um transtorno do desenvolvimento. Aqui estão alguns exemplos de centros educacionais especializados.
"Soundscape" em Surrey, Inglaterra, começou a operar em 2003 como o único centro educacional especializado no mundo dedicado exclusivamente às necessidades e possibilidades de pessoas com perda de visão e habilidades musicais especiais, incluindo aqueles indivíduos caracterizados pela Síndrome de Savant..
A Orion Academy na Califórnia (Estados Unidos) se especializou no desenvolvimento de uma experiência educacional positiva para alunos do ensino médio com AS. O programa educacional da escola se baseia no atendimento às necessidades individuais e sociais do grupo, além de valorizar essas habilidades acadêmicas de destaque. Segundo os trabalhadores do centro, o programa é elaborado com base em um ambiente de aprendizagem seguro, com foco específico na melhoria das deficiências motoras, sociais, emocionais ou visoespaciais. Este programa inclui a inclusão de especialistas acadêmicos de alto nível nesses tipos de transtornos, o que torna possível o atendimento especializado. Geralmente,o que a escola busca promover em todos os momentos as capacidades desenvolvidas que os indivíduos podem apresentar, mas sem deixar de aprimorar aquelas habilidades deficitárias relacionadas à interação social.
Hope University, na Califórnia (Estados Unidos), é um centro de artes visuais para adultos com deficiências de desenvolvimento. Sua missão é formar talentos e reduzir a deficiência por meio da arte-terapia, como artes visuais, música, dança, teatro e narrativa. Os programas realizados neste centro baseiam-se sempre na concepção artística da terapia, de forma que através da formação de indivíduos nas diferentes disciplinas artísticas mencionadas, se desenvolvam outros tipos de capacidades como as competências sociais, resolução problemas, o reconhecimento de emoções em outras pessoas ou capacidade cognitiva, entre muitos outros.
Em Espanha, até à data, não existem centros educativos que sigam uma linha tão específica como os centros descritos. Nesse sentido, podemos encontrar centros educacionais especiais que atuam principalmente nos aspectos que têm a ver com deficiência ou centros que trabalham com talentos, mas de forma independente, sem um currículo educacional específico para aquelas crianças que compartilham as duas características. Essa lacuna educacional limita de muitas maneiras as capacidades atuais e futuras desses tipos de indivíduos. Como dizem os autores, habilidades especiais podem ser a porta de entrada de uma criança na sociedade, demonstrando que seu rótulo diagnóstico nada mais é do que isso, um rótulo, para que ela seja capaz de desenvolver habilidades extraordinárias se contar com o apoio necessário de parte da sociedade.Mas esse fato não pode acontecer se esse grupo não aprender a iniciar, manter e encerrar uma conversa, além de aprimorar suas habilidades musicais, por exemplo.
Conclusões sobre transtornos invasivos do desenvolvimento
Atualmente, os transtornos do espectro do autismo incluem uma complexa teia de características clínicas que dificultam sua compreensão e tratamento. Vários profissionais, tanto com base em sua experiência clínica quanto em suas pesquisas, desenvolveram estudos com o objetivo de aproximar a comunidade científica para a compreensão desse tipo de transtorno. Sua etiologia permanece desconhecida, embora algumas explicações já apareçam que nos permitem hipotetizar de forma mais confiável as causas que estão na base do transtorno. Saindo assim, aquela casuística psicanalítica em que a rejeição emocional dos pais era a causa central da patologia da criança. Progresso a este respeito,Juntamente com a experiência dos profissionais em relação ao diagnóstico e tratamento desses indivíduos, estão fazendo com que o grupo de profissionais repense a funcionalidade de uma divisão categórica dos transtornos que se inserem na subcategoria do espectro do autismo.
Nesse sentido, o futuro manual estatístico e diagnóstico de transtornos mentais em sua quinta edição estabelecerá, de forma quase irrefutável, um único transtorno para categorizar aqueles indivíduos que apresentam uma sintomatologia comum referida a problemas de interação social e comunicação, além de atividades e interesses restritos. Desta forma, sob o nome de "Transtorno do Espectro do Autismo" será incluído o que no DSM-IV era conhecido como Síndrome de Asperger, Transtorno Autista, Transtorno Desintegrativo da Infância e Transtorno Generalizado do Desenvolvimento não especificado.
Desta forma, evidencia-se que a diferença categórica deste tipo de patologias não tem delimitado uma representação da realidade, uma vez que conforme explicitado no início do trabalho, na maioria das investigações, os autores constataram que sujeitos diagnosticados com um transtorno dentro do espectro preencheram os critérios estabelecidos pelos outros. Às vezes, a característica diferenciadora residia no julgamento subjetivo do clínico, com base em critérios que não eram estritamente derivados daqueles propostos no DSM-IV, como a gravidade. Desse modo, os sujeitos diagnosticados enfrentaram rótulos que na maioria das vezes serviam apenas para diferenciar o indivíduo no nome, uma vez que os sintomas são comuns e, portanto, as estratégias de intervenção, em minha opinião, também deveriam ser. ser estar,mantendo sempre o caráter individualizado de cada processo terapêutico, devendo estes ser adaptados às características individuais do sujeito.
Um dos campos que não tem gerado muito trabalho nesta população são as extraordinárias capacidades que apresentam. Apesar de pesquisas terem sido realizadas, o maior peso dos estudos residiu na análise desses comportamentos deficientes, especificamente comunicação e interação social na AS.
Esse fato, adotado a partir da orientação médica tradicional, tem obrigado a deixar de lado o estudo das características que permitem ao indivíduo com TEA apresentar habilidades desenvolvidas que não são encontradas na maioria da população normal. E com isso, o estudo da utilidade que essas capacidades podem ter no estabelecimento de programas de intervenção para melhorar habilidades deficitárias também tem sido evitado.
Como foi observado, o desenvolvimento tradicional de pesquisas que estudaram aqueles programas de intervenção eficazes no treinamento de habilidades sociais e de comunicação de crianças com SA girou em torno das histórias sociais e dos métodos tradicionais da psicologia para o treinamento dessas capacidades., como modelagem e desempenho de papéis. Isso levou ao desenvolvimento e aplicação de inúmeros programas que utilizaram este tipo de estratégia como principal linha de intervenção. Embora os resultados obtidos com esse tipo de programa tenham sido significativos e, de forma geral, os indivíduos tenham melhorado suas habilidades de comunicação, ainda assim houve limitações. Especificamente, os resultados não foram mantidos em longo prazo em todos os estudos,Houve problemas na generalização das habilidades aprendidas nas intervenções e, em alguns casos, foi demonstrado que diferentes intervenções funcionaram em diferentes capacidades, portanto não havia um programa integrativo que funcionasse em todas aquelas estratégias em que os sujeitos com TEA têm dificuldades. Atualmente, busca-se remediar esse fato, aplicando estratégias de intervenção multimodais, ou seja, programas de intervenção onde são coletadas todas e cada uma das estratégias que se mostraram significativas em estudos tradicionalmente realizados. Essas estratégias requerem maior abordagem psicopedagógica, de modo que maior atenção seja dada às necessidades educacionais especiais desses indivíduos,Aumentando assim a capacidade de introjetar os conteúdos e competências que se pretendem ensinar à criança, além de aumentar a sua motivação e envolvimento no processo de aprendizagem.
Essa abordagem é alcançada por meio de estratégias educacionais como a inclusão dos interesses desse grupo nas estratégias de ensino (como visto anteriormente, naqueles programas em que o brincar foi incluído como principal estratégia de aprendizagem de habilidades sociais), a inclusão de este tipo de programa no currículo escolar ou treinamento para pais e professores. Viu-se como esse tipo de intervenção multimodal tem obtido resultados significativos, melhorando aqueles aspectos que apresentavam dificuldades nos programas tradicionais, como manutenção de efeitos de longo prazo e maior generalização para o cotidiano do sujeito das habilidades aprendidas.
No entanto, apesar de essas novas abordagens representarem um grande avanço no tratamento de crianças que sofrem dessa patologia, na maioria dos casos, a capacidade das habilidades especiais desses indivíduos para aumentar a eficácia do aprendizado continua sendo ignorada.. Apesar da falta de dados conclusivos, algumas escolas estão utilizando esse tipo de habilidades como mediadores da aprendizagem. Como se viu, as capacidades artísticas e musicais estão a configurar a base para tratamentos específicos onde a melhoria das capacidades de comunicação e interacção social, entre tantas outras, desempenham um papel fundamental. Este fato mostra que o uso daquelas habilidades extraordinárias de que falamos no início desta conclusão,eles podem ser uma ferramenta muito valiosa quando se trata de estabelecer ou melhorar comportamentos deficientes em indivíduos com ASD. Embora seja verdade que nem todos os indivíduos que apresentam uma patologia dessas características desenvolveram habilidades fora do comum, existe uma capacidade de sistematização, atenção e sensibilidade desenvolvida que em sua máxima expressão estaria na origem deste tipo. capacidades. Esta forma de processamento deve ser levada em consideração na implementação de programas de intervenção, uma vez que, como esperado, tem sérias implicações no processo de aprendizagem.Embora seja verdade que nem todos os indivíduos que apresentam uma patologia dessas características desenvolveram habilidades fora do comum, existe uma capacidade de sistematização, atenção e sensibilidade desenvolvida que em sua expressão máxima estaria a origem deste tipo. capacidades. Esta forma de processamento deve ser levada em consideração na implementação de programas de intervenção, uma vez que, como esperado, tem sérias implicações no processo de aprendizagem.Embora seja verdade que nem todos os indivíduos que apresentam uma patologia dessas características desenvolveram habilidades fora do comum, existe uma capacidade de sistematização, atenção e sensibilidade desenvolvida que em sua máxima expressão estaria na origem desse tipo capacidades. Esta forma de processamento deve ser levada em consideração na implementação de programas de intervenção, uma vez que, como esperado, tem sérias implicações no processo de aprendizagem.Como era de se esperar, isso tem sérias implicações no processo de aprendizagem.Uma vez que, como esperado, tem sérias implicações no processo de aprendizagem.
Portanto, os estudos que devem ser lançados no futuro devem girar em torno da capacidade dessas habilidades desenvolvidas de influenciar a aprendizagem dessas habilidades deficientes, além de sua capacidade de ser um mecanismo de integração social. para os indivíduos, com tudo o que esse fato acarreta.
Este artigo é meramente informativo, em Psychology-Online não temos competência para fazer um diagnóstico ou recomendar um tratamento. Convidamos você a ir a um psicólogo para tratar de seu caso particular.
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